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Sergipano Bernardino José de Souza é tema de livro

Bernardino foi uma pessoa importante para a historiografia da Bahia

28/05/2021


Tema de livro, o sergipano Bernardino José de Souza (1884-1949) “ainda é pouco pesquisado entre seus conterrâneos”, é o que diz o jornalista e historiador Gilfrancisco Santos, que lançou livro sobre ‘Bernardino José de Souza: Vida & Obra’. 

“Sergipe não conhece Bernardino José de Souza. Eu não sei o que acontece, mas acredito que não há incentivo para pesquisas por parte das instituições oficiais, bem como da iniciativa privada. Bernardino foi uma pessoa importantíssima na Bahia, inclusive para sua historiografia, por conta de suas publicações. Ele interferiu com suas obras em estados como Piauí e Ceará, mas aqui, não tem reconhecimento”, pontua Gilfrancisco Santos. 

A obra publicada com o apoio da Editora Diário Oficial de Sergipe - Edise, começou a ser cosntruída quando Gilfrancisco passou a morar em Aracaju (SE), porém, seu primeiro contato aconteceu no início da década de 1970, quando a Academia de Letras da Bahia realizou uma exposição sobre Bernardino José de Souza e ele conheceu um de seus livros ‘Ciclo do carro de boi no Brasil’, publicação póstuma. “Passei a reunir obras de Bernardino, que são raríssimas, mas não conseguia localizar seus escritos, nem textos sobre ele, na pesquisa descobri que sua produção estava na Bahia, Rio de Janeiro, entre outros estados. Parei a pesquisa, e só a partir de 2014 voltei a me dedicar a busca de material sobre ele”, relembra o pesquisador. 

Bernardino foi estudar muito jovem, entre 12 e 13 anos na Bahia, ficou em colégio interno, nas mãos do educador, Carneiro Ribeiro. Este o educou e direcionou para a Faculdade de Direito da Bahia e depois ajudou Bernardino a ser por duas vezes deputado estadual. Ainda jovem, retornou algumas vezes para passar as férias em Sergipe. Adulto, não retorna à Sergipe, faz contato com sua cidade natal por meio de duas cartas encaminhadas a Carvalho Neto. Durante a pesquisa não foi encontrado contato de Bernardino com outros sergipanos. A relação com Sergipe desaparece, apesar de ele ter um irmão que residia em Sergipe. 

Bernardino José de Souza foi professor e diretor da Faculdade de Direito da Bahia, além de conselheiro da instituição, quando faleceu ocupava o cargo de presidente do Tribunal de Contas da União. Gilfrancisco Santos e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, Carlos Pinna de Assis acionaram personalidades do mundo jurídico da Bahia, Rio de Janeiro e Distrito Federal, que são apaixonados pela obra de Bernardino, para escrever textos que enriqueceram o livro ‘Bernardino José de Souza: Vida & Obra’. O conselheiro Ulices de Andrade Filho também está presente na obra. “Agradeço a todos que contribuíram com seus escritos e principalmente ao governador Belivaldo Chagas, que por meio da Edise tem sido grande parceiro nas publicações de obras que tratam de Sergipe”, destacou Gilfrancisco Santos. 

Para o presidente da Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe, Francisco de Assis Dantas, bons livros transmitem conhecimento e saberes. “O conhecimento humano deve muito aos livros que permitiu que uma geração mostrasse a geração futura o que ela aprendeu, seus testes, pesquisas e resultados bem-sucedidos de trabalhos feitos por homens de sua época. Quando lemos bons livros estamos nós interagindo e abstraindo o conhecimento de outras pessoas sobre os mais diversos assuntos”. 

Uma curiosidade contada no livro é que durante a pesquisa foi identificado que Bernardino José de Souza teve grande importância na construção da Faculdade de Direito da Bahia e do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. “As instituições foram construídas com o dinheiro do povo, pois ele viajou com a família durante dois anos realizando palestras e conferências no interior baiano, arrecadando fundo para construir a Faculdade e o Instituto. Sergipe foi beneficiada com a Faculdade, pois não contava com o curso de Direito, na época a opção mais próxima era Recife, então, estudar na Bahia, era uma opção mais viável. Como foi professor da Faculdade, Bernardino teve contato com muitos sergipanos, inclusive com o ex-governador Luiz Garcia”, conta o pesquisador Gilfrancisco. 

Gilfrancisco Santos 

Nascido em Salvador (BA), começou como jornalista trabalhando nas sucursais dos jornais ‘Movimento’, ‘Em Tempo’ e ‘Voz da Unidade’, no início dos anos 70, época em que participou das atividades culturais no Estado, produzindo vários shows musicais, passando a integrar o Grupo Experimental de Cinema da Universidade Federal da Bahia. Foi durante algum tempo consultor e professor do Centro de Estudos e Pesquisa da História. Licenciado em Letras pela Universidade Católica do Salvador, é professor universitário e jornalista. Em mais de 45 anos de atividades jornalísticas e de pesquisa, Gilfrancisco conta que ao longo desse tempo muita coisa mudou na pesquisa, “a gente tem uma rapidez maior com a informática, com acesso a periódicos de vários lugares do País que já estão digitalizados, podemos acessar uma biblioteca no Rio Grande do Sul ou Biblioteca Nacional, tudo muito mais prático”.