“Lampião no Diário Oficial” é o título da obra do pesquisador, professor e jornalista Gilfrancisco Santos. O livro tem capa e ilustrações do artista plástico Leonardo Alencar (in memorian).
Lampião circulou durante quase 20 anos nos sertões de sete estados brasileiros: Pernambuco, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia e Sergipe. Foi morto em Poço Redondo (SE), na Grota do Anjico. Sua façanha em terras sergipanas teve início em 1929, quando no dia 1º de março, juntamente com seu bando invadiram o então povoado de Carira, e no mês seguinte, em 19 de abril, adentraram em Poço Redondo.
De acordo com Gilfrancisco, as comemorações alusivas ao centenário de nascimento de Maria Bonita (1911-2011), companheira do cangaceiro Lampião, o motivou pesquisar Lampião no Diário Oficial, tendo como marco temporal 1930-1944. “Através dos documentos do Diário Oficial de Sergipe, o leitor será capaz de entender melhor os episódios sensacionais que o cinema explora com grande feito. O Diário Oficial noticiou periodicamente todos os passos do bando de Lampião e da força pública policial em território sergipano, através de comunicações recebidas por telegramas ou rádios. Portando, os textos aqui reunidos pela primeira vez em forma de livro, servirão de fonte-primária para novas investigações e análises”, observa o pesquisador.
O doutor em Filosofia e História da Educação, José Paulino da Silva, diz que Gilfrancisco já tem demonstrado que é um vocacionado para saber retirar das fontes documentais, verdadeiras preciosidades “e dar-lhes o devido tratamento e visibilidade, colocando-as a serviço do público que dificilmente teria acesso a tais informações”.
O Prof. Dr. do Departamento de História, da Universidade Federal de Sergipe, Fernando Sá, na apresentação do livro, destaca que a iniciativa de Gilfrancisco de compilar as menções ao bando de Lampião durante os anos 1930 presentes no Diário Oficial de Sergipe contribui para reafirmar a importância de se trazer a lume vestígios do cangaço presentes na história nordestina, contribuindo para que, finalmente possamos ter, em Sergipe, um Museu do Cangaço do Nordeste.

